segunda-feira, 24 de maio de 2010

O papel da Inclusão digital no processo educativo

Inclusão Digital ou Infoinclusão, como também é denominada; é a inserção de "todos" na sociedade da informação e comunicação.
A internet é o meio de comunicação mais utilizado no mundo inteiro, sendo o melhor e mais rápido meio de comunicação do mundo atual.
Considera-se incluído digitalmente aquele que usufrui desse suporte para melhorar suas condições de vida, simplificando sua rotina diária, maximizando o seu tempo e suas potencialidades, tendo autonomia e defendendo seus próprios interesses. Não aquele que apenas troca emails.
Para que a inclusão digital aconteça é preciso três instrumentos básicos: o computador, o acesso à rede e o domínio dessas ferramentas.
Muito em breve, quem não estiver incluído digitalmente, viverá uma limitação social da qual perderá os direitos de exercer a cidadania e também o acesso pleno à educação.
A infoinclusão promove o desenvolvimento auto-sustentável, refletindo na capacidade do cidadão aprender, construindo seus conhecimentos e conscientizando-se do seu potencial criador.
Para haver inclusão digital, a inclusão social torna-se primordial, precedida ainda de "educação", senão acaba sendo para uma minoria.
Atualmente, apenas 17,8% dos domicílios brasileiros têm acesso à internet (web), e em todo o Brasil existem apenas 6000 Telecentros funcionando para a população carente.
Embora a meta do governo federal seja que em 2014, 50% dos brasileiros tenham acesso às TICs (Tecnologias de informação e comunicação), a integração das tecnologias pode causar um abismo social ainda maior entre ricos e podres, uma vez que determinadas tecnologias, como por exemplo, a que permite o diálogo por voz na internet (VOLP), necessitam de no mínimo, bons computadores e banda larga.
A população mais pobre e carente não se beneficiará de poder fazer trâmites pela internet, continuando a utilizar a telefonia tradicional e pagando mais caro por isso.
Considero que o caminho menos sinuoso e mais rápido a se incluir digitalmente com objetivos sociais, é objetivando a educação, nos moldes definidos por Paulo Freire (1970), em que a mesma deve estar sempre interligada à realidade dos alunos, tendo como ponto de partida as necessidades educacionais e não a tecnologia pela tecnologia somente.
A proposta mais viável para Escolas, Projetos Sociais, Telecentros, Programas de Acesso e Oficinas, é possibilitar que as pessoas experenciem o "empowerment", ou seja, a possibilidade de potencialização das capacidades, especialmente daqueles menos privilegiados por causa da idade, renda, nível de escolaridade, deficiência, ou outros rasgos discriminatórios, revitalizando pessoas que tenham perdido a esperança e a autonomia, ajudando-as a desenvolver seus pontos fortes em vez de centrar-se em suas debilidades.
A internet permite a comunicação segmentada, onde pessoas com interesses e características comuns, possam interagir em comunidades específicas, mesmo estando distanciadas geograficamente. Esse tipo de comunicação e de softwers específicos e assistidos, permite uma nova modalidade de ensino, que vem crescendo bastante em quantidade e qualidade em nosso país, que é a Educação à Distância, nos colocando num patamar onde as mesmas tecnologias utilizadas em países considerados modelos de desenvolvimento já o fazem com maestria e credibilidade.
Outro fator importante sobre o papel da inclusão digital no processo educativo é a necessidade urgente de os professores ultrapassarem suas resistências em relação à utilização das novas TICs, adotando uma nova postura pedagógica, novas formas de se relacionar com o aprendizado dos alunos, totalmente diferenciado do ensino tradicional.
Para que as tecnologias não aumentem as desigualdades sociais, é preciso que ocorram mudanças necessárias à educação, fazendo-a basear-se em quatro aprendizagens fundamentais ao longo da vida, conforme visão de Jacques Delors (1998), em conferência para UNESCO: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.
Uma solução para que pessoas que residem nas zonas rurais ou afastadas dos grandes centros, seria o governo federal colocar em prática, projetos que já estão em fase de discussão nos plenários; como a conexão móvel via rádio ou com o usos de redes de fibra óptica (como já acontece no Pará).
A viabilização poderia acontecer através de uma grande estatal (no caso a TELEBRÁS), através de redes públicas entregues à iniciativa privada ou mesmo, conjugando empresas públicas e privadas para administrar.
As comunidades devem procurar por parcerias entre prefeituras e empresas, que promovam cursos gratuitos que capacitem para: o domínio do teclado e mouse, sistemas operacionais e internet, editor de textos, confecção de planilhas eletrônicas, digitação, programação, desenvolvimento de sites, manutenção de micro computadores, aplicação de softwers, Dosvos (para deficientes visuais), Motrix (para deficientes motores graves como, tetraplegia e distrofia muscular), projetos que inseram ao mercado de trabalho e programas especiais para a 3ª idade; proporcionando também a inclusão digital à idosos.
Muito há por fazer neste vasto campo da inclusão digital para que a mesma venha contribuir para uma sociedade capacitada e com maior qualidade de vida. Somos responsáveis por melhorar nossas condições de vida e daqueles que nos cercam através do uso consciente das TICs.
Referências:
Disponível em:
Acessos em 21/05/2010.

Um comentário:

  1. adorei o blog... acho que houve um erro de digitação ... voce quis dizer entre ricos e POBRES, não foi? (linha 25)

    "...a integração das tecnologias pode causar um abismo social ainda maior entre ricos e podres, uma vez que ..."

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